Como é bom ver os primeiros passos
dos miúdos na escola. Entram com sorrisos grandes, alguns choram, outros querem
regressar com a mãe (quase sempre a mãe) mas quase todos desejam secreta ou
mais abertamente conquistar um mundo especial dos grandes: saber ler.
Muitos deles vão conseguir
aprender letras, decorar mesmo os pequenos textos iniciais e escondem a
vergonha de ser confusas as letras alinhadas na primeira olhadela.
Alguns já antes tinham dificuldades nas cores, falavam com algumas imperfeições usando mal as palavras numa conversa- com vocabulário impreciso e limitado ou com muitas moletas; não se riam imitando, apenas o prazer dos seus coleguinhas do jardim de Infância, quando faziam jogos de linguagem, aprendiam rimas ou lengalengas.
Depois ao chegarem à escola acreditam que:
Os nossos miúdos estão cada vez mais confusos e
perguntam-se, em segredo “porque será que estão sempre a mudar? Eu devo ter um
livro diferente !!! O João está a ler outra palavra, não está a ler a minha! Eu
tenho aqui “data” e ele está a ler “pata”! Aqui eu leio “mala”, mas o António
está a ler “lama”!!!
Mas, por trás desta vontade, não
sabem que nem todos poderão dominar esta ferramenta do mesmo modo. Não sabem
que muitos farão grandes sacrifícios experimentarão dificuldades colossais
muitas vezes, maiores do que a do seu sonho inicial.
Também não sabem que a conquista
deste sonho, está já pré-determinada pela qualidade da sua linguagem, da sua
experiência enquanto pequenos seres em desenvolvimento.Alguns já antes tinham dificuldades nas cores, falavam com algumas imperfeições usando mal as palavras numa conversa- com vocabulário impreciso e limitado ou com muitas moletas; não se riam imitando, apenas o prazer dos seus coleguinhas do jardim de Infância, quando faziam jogos de linguagem, aprendiam rimas ou lengalengas.
Irritavam-se quando não
conseguiam enumerar tantos objectos como os seus colegas ou quando não se
lembravam do que tinham feito no recreio e, assim não o conseguiam partilhar como
viam outros meninos fazer. Ficavam desapontados e não percebiam, o que era para
fazer ou para onde ir, quando alguém lhes pedia ou mandava fazer alguma coisa.
Também não gostavam de livros ou não
apreciavam a hora do conto, na escolinha e, em casa tinham poucos livros e
revistas par brincar.
“agora é que vai ser!
Já sou GRANde. Vou aprender a ler e a escrever!”
Mas… as letras e os número parecem que não se deixam
conquistar Assim tão facilmente. São cada vez mais, umas parecem-se com as
outras. Uma mesma palavra parece que faz magia: uma vez parece dizer uma coisa,
outras vezes outra.
Muito admirados, vêm que as linhas não param de saltar e não
compreendem porque os colegas se riem ou ralham quando ele está a esforçar-se
tanto para ler tão bem…
Então, um dia cansado de lutar contra as letras, o lápis que
lhas troca, sente desgosto e passa a sua vez na hora da leitura.
Foi e é para estes meninos que eu tenho dedicado parte da minha
vida.
Tenho ainda que aprender muito, mas como já vi muitas carinhas a sorri, porque
finalmente sabem que já vão lendo que decidi partilhar materiais.
Proximamente partilharei convosco materiais da primeira etapa do método das professoras Maria Victória Troncoso e Mercedes del Cerro que a Porto Editora traduziu e publicou há cerca de 4 anos.
O livro: Troncoso, M.V., Cerro, M. del. (2004) SÍNDROMA DE DOWN: LEITURA E ESCRITA, Porto Editora.
Deixo aqui endereços para aguçar o apetite:
O site com materiais: http://www.down21.org/educ_psc/material/librolectura/fichas/index.html
Neste endereço pode encontrar uma checklist das DA.
Neste endereço pode encontrar uma checklist das DA.
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